A interrupção de um serviço essencial para milhões de brasileiros revela uma crise orçamentária que se repete. A Polícia Federal (PF) alertou que poderá suspender a emissão de passaporte em todo o Brasil a partir de 3 de novembro de 2025. O motivo é a falta de recursos orçamentários para custear o serviço, essencial para quem planeja viagens internacionais.

Em ofício enviado ao Ministério da Justiça e ao Ministério do Planejamento, a PF solicitou com urgência um aporte de R$ 97,5 milhões para evitar a paralisação total do sistema. O diretor-geral Andrei Rodrigues foi enfático: “não haverá outra alternativa a não ser a paralisação” caso os recursos não sejam liberados.

Emissão de passaporte pode ser suspensa por falta de verba

Por que o serviço pode parar?

A crise tem uma explicação direta: a PF já comprometeu 95% do orçamento disponível para o “Sistema de Emissão de Passaportes e de Controle de Tráfego”, que totaliza R$ 329,4 milhões

Sem a suplementação orçamentária, a PF não conseguirá honrar seus compromissos financeiros, incluindo o contrato com a Casa da Moeda, responsável pela confecção e personalização dos documentos de viagem. O vencimento deste contrato coincide justamente com a data limite de 3 de novembro.

A resposta do governo

O Ministério da Justiça e Segurança Pública emitiu nota afirmando que “atua de forma ativa e coordenada para assegurar a continuidade das emissões” e mantém “diálogo constante com a área econômica do Governo Federal”. A pasta reconhece que a emissão de passaportes é um “serviço essencial ao cidadão brasileiro” e que todas as medidas estão sendo adotadas para evitar a interrupção

Histórico de paralisações

Esta não é a primeira vez que os brasileiros enfrentam esse problema. Situações semelhantes ocorreram em:

Junho de 2017: primeira suspensão por falta de verba
Novembro e dezembro de 2022: serviço ficou paralisado por mais de um mês durante o governo Bolsonaro.

Em abril de 2025, a PF já havia alertado sobre o risco de suspensão após um contingenciamento de R$ 133 milhões do seu orçamento, mas na ocasião o impasse foi resolvido

mpacto no turismo e nos viajantes

A possível paralisação preocupa o setor de turismo e afeta diretamente milhares de brasileiros com viagens internacionais marcadas. Sem previsão de retomada do serviço em caso de paralisação, os viajantes podem enfrentar:

Impossibilidade de emitir ou renovar passaportes.
Atrasos em planos de viagem.
Incertezas sobre compromissos no exterior.

O valor atual para emissão do passaporte comum é de R$ 257,25, podendo chegar a R$ 514,50 em casos específicos, como quando não há apresentação do documento anterior. No entanto, mesmo com o pagamento dessa taxa, a manutenção do serviço depende do orçamento federal para cobrir todos os custos operacionais

E agora?

Enquanto a decisão sobre os recursos não é tomada pela Junta de Execução Orçamentária (JEO), órgão que reúne representantes de diversos ministérios, os brasileiros que precisam do documento permanecem em alerta.

A situação expõe a vulnerabilidade de um serviço fundamental para a mobilidade internacional dos cidadãos, que já vive sua terceira ameaça de interrupção em menos de uma década.

Para quem está planejando uma viagem internacional, a recomendação é antecipar a solicitação do passaporte enquanto o serviço ainda funciona, acompanhar os comunicados oficiais da Polícia Federal e torcer para que o governo encontre uma solução antes do prazo fatal de 3 de novembro.

Você já tem seu passaporte em dia? Ou está entre os afetados por essa possível paralisação? Conte nos comentários como essa situação pode impactar seus planos de viagem.